famílias Tipográficas

Hoje, 15 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Família.
Aqui n’O Raio do Blog decidimos aproveitar este dia para falar de outro tipo de família: as famílias Tipográficas!

Uma família tipográfica, tal como acontece com uma família humana, é um conjunto de fontes que partilham o mesmo ADN, ou seja, possuem um conjunto de características que as tornam idênticas.

Desde a época de Gutenberg, a tipografia evoluiu com a tecnologia, a cultura e, claro, o design. Uma das formas de analisar essa evolução no desenho de tipos nos últimos cinco séculos e meio é através da análise de conjuntos de fontes com características visuais comuns, as chamadas famílias tipográficas.

Old Style (Séc. XV – Séc. XVII)

A base dos primeiros 300 anos de design de tipos de letra foi inspirada nos modelos manuscritos e pode dividir-se em 5 estilos:

Gótico

As tipografias das primeiras impressões de Gutenberg imitavam o estilo manuscrito gótico germânico ou blackletter – uma forma pesada, com traços retos e angulosos, quase sem curvas.

Romano

Quando a impressão veio para a Itália algumas décadas mais tarde, o design de tipo foi derivado do seu estilo de letra romana mais arredondado.

Veneziano

Graças à sua localização e status como centro de comércio, Veneza tornou-se o ponto focal do design de tipos e de impressão no final do século XV. Destaca-se uma tipografia desenhada por Francesco Griffo para um ensaio de 60 páginas do cardeal Pietro Bembo, em 1495 que se tornou uma influência no design de tipos nos 150 anos seguintes.

Francês

No século 16, a França tornou-se a maior influência na impressão e tipografia e os desenhos de tipografia mais populares da época eram os de Claude Garamond.

Os tipos de Garamond foram um grande sucesso e muitas variações contemporâneas continuam a estar, ainda hoje, entre as mais utilizadas.

 

Transitional (Meados Séc. XVIII)

Os tipos de letra deste período são chamados de Transitional porque representam o quebrar de séculos de tradição de Old Style e antecedem o período moderno.

Baskerville, um inglês rico e apaixonado pela tipografia, foi uma das figuras mais importantes deste período.
Incapaz de reproduzir com fidelidade os tipos que havia desenhado nas prensas de madeira disponíveis na época, construiu uma prensa de metal mais resistente e capaz de uma pressão uniforme e precisa.
Os seus primeiros livros admirados na Europa e o seu tipo de letra tornou-se um padrão deste período.

 

Modern (Fins Séc. XVIII)

Estes tipos são classificados como Modern porque representam a última fase da evolução do Old Style, inspirados no manuscrito, bem como o primeiro esforço para usar o design de tipo para estabelecer um estilo visual contemporâneo na comunicação escrita.

Em poucas décadas, a ampla aceitação dos tipos de transição ajudou a inspirar um novo sentido de estilo tipográfico na Europa, especialmente na França e na Itália. Os tipógrafos rejeitaram ainda mais a tradição clássica do Old Style e continuaram a refinar a noção da letra perfeita.

 

Slab Serif (Séc. XIX)

O impacto da Revolução Industrial trouxe profundas mudanças na tipografia e impressão no século XIX.
Depois de três séculos e meio direcionadas apenas à produção de livros, a tipografia e impressão dedicam-se agora a novos meios de comunicação: as revistas e jornais. São assim necessários tipos que seja, não só, legíveis, como distintivos o suficiente para atrair a atenção do leitor.

As fontes Slab Serif retomam o menor contraste entre os traços grossos e finos, com serifas que são tão grossas como os traços, permitindo maior legibilidade em meios de impressão em massa.

 

Sans Serif (Séc. XIX – Séc. XX)

O início do século foi polvilhado pelos avanços na tecnologia, publicidade, e jornalismo impresso. Com influências da Bauhaus Europeia e dos movimentos De Stijl, surgiu a noção do caráter tipográfico como um elemento de design expressivo. Em reação aos excessos tipográficos do século XIX, esta nova geração foi à procura de uma forma básica mais adequada para a comunicação contemporânea.

 

Decorative / Display (Séc. XIX – Séc. XX)

Ao longo da História da tipografia, o uso de caracteres decorativos foi, geralmente, limitado a títulos de capítulo e capitulares. No século XIX, no entanto, com a proliferação da comunicação publicitária, cresceu a necessidade de tipos cada vez mais distintos e ornamentados e, com o aumento do tamanho exibição, a legibilidade era menos importante do que o impacto visual.
Os tipos tornaram-se mais ousados, com contornos, linhas, sombreados, ou mesmo sombras tridimensionais.

 

Script Cursive (Séc. XIX – Séc. XX)

Os tipos de letra Script e Cursive são representam estilos de letra manuscrita. Normalmente, nos tipos de letra Script as letras minúsculas surgem ligadas, tal como acontece com a escrita manual, enquanto que nas Cursivas estas surgem separadas.

 

Fonte: http://graphicdesign.spokanefalls.edu/tutorials/process/type_basics/history.htm
Hoje fala-se de Famílias… tipográficas!

Comentários


Post navigation


Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *