E porque hoje se celebra o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, resolvemos fazer uma breve celebração escrita acerca do panorama do Design Gráfico em 11 capas de livros, desde a segunda metade do Século XX até aos nossos dias.

Esta segunda metade do século XX, foi uma época intensa, repleta de mudanças no paradigma social, político, cultural e artístico. Os anos 50 abandonam por completo a estética Art Déco tão adorada nos “Loucos Anos 20”, em prol de uma sociedade tecnológica e emancipada. O televisor, uma das invensões mais importantes das últimas décadas, surge na vida dos cidadãos, com a primeira transmissão a cores, em 1954.

No cinema, os filmes de Sergei Eisenstein, Dziga Vertoz, Chaplin e Buster Keaton foramsubstituídos por “How to Marry a Millionaire” e “Breakfast at Tiffany’s”, com as atrizes Marylin Monroe e Audrey Hepburn, os novos ícones de beleza e sensualidade feminina.

O cinema português abandonava a sua Comédia à Portuguesa com a chegada da Nouvelle Vague, influenciada pelo cinema francês de Godard e Truffaut. Na música, o Jazz Band foi substituído pelo rock’roll e, uns anos mais tarde, pela PoP. Toda a Europa sofreu efeitos nefastos com a 2ª Grande Guerra, que levou com que os intelectuais da época emigrassem para os Estados Unidos, fazendo de Nova Iorque a nova capital da cultura.

Em Portugal vivia-se em pleno período de censura política do Estado Novo. No panorama artístico e cultural português as vanguardas apareceram mais devagar que no resto do mundo. Mesmo com a censura na década de 60 em Portugal, a transgressão de fronteiras e a produção cultural marginal ou clandestina desenvolveu-se com uma grande força pelas resistências internas. Foi notório um novo

caminho das artes gráficas nas publicações editoriais como manifesto experimental e de contra-cultura, publicações essas associadas à auto-edição, edição independente e livros-objeto de artista.

O Ilustrador da Primeira Metade do Século XX, ocupa-se unicamente com o seu trabalho de ilustração enquanto capista (revistas Panorama, ABC, Ilustração, etc), ao contrário deste Ilustrador da Segunda Metade do Século XX, que surge agora como artista multifacetado, passando a existir uma interdisciplinariedade no seu trabalho de ilustração com outras áreas e envolventes artísticas.

Surgem os capistas-arquitetos, capistas-editores, capistas-escritores, os capistas-designers…

Deixo em baixo, uma pequena seleção de 11 capas de livros que foram acompanhando este período de mudança até ao dia de hoje.

Almanaque Sebastião Rodrigues, Editada por Figueiredo de Magalhães (1960)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capa de Livro O Barão Trepador – Italo Calvino, João da Câmara Leme, Portugália Editora (1965)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capa de Livro Garden Party, Ilustração Fred Kradolfer Portugália Editora (1959)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A História de Pretos e de Brancos – Maria Cecília Correira, Capa Maria Keil Edições Ática (1960)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elói – João Gaspar Simões, Capa de Victor Palla Editora Arcádia (1959)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cão Pêndio, Capa de Tóssan, Editora Portugália (1959)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ObSCÉnICA, Ilustração André da Loba, Orfeu Negro (2014)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Meu Avô, Catarina Sobral, Orfeu Negro (2014)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Inocência das Facas, Tcharan (2015)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

WonderPorto, Capa Cátia Vidinhas, Tcharan (2014)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Devastação do Silêncio – João Reis Lord Mantraste Elsinore (2018)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um dia faremos uma lista com mais 11!

 

Dia Mundial do Livro: 11 Capas Gráficas Portuguesas

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