2017 está aí em força. As agendas estão estreadas, é estranho desejar “bom ano” e metade dos “Objetivos para 2017” já foram, irremediavelmente, desrespeitados!
É nesta altura que se tentam fazer previsões do que pode vir por aí. Mas calma, estas não são das más, das que fazem títulos de notícias e que obrigam a contas enquanto se olha para a carteira! Não, estas previsões são das boas, das que motivam e inspiram! E uma das formas de perceber o que pode vir no futuro é ver o que se fez no passado e tirar lições.
Neste caso, para perceber o que pode vir por aí no campo do design de comunicação, vamos revisitar alguns rebrandings de 2016: o que andaram a fazer as grandes marcas, como se reposicionaram, que lições nos ensinaram e com que novas abordagens gráficas nos apaixonaram (ou não!).
#1 MASTERCARD: MANTER A ESSÊNCIA
Como reduzir um logo à sua essência, sem a perder: a PENTAGRAM conseguiu fazê-lo com a Mastercard.
O aspeto mais distintivo da marca – os dois círculos sobrepostos – mantêm-se, a designação é escrita numa fonte mais simples, lowercase e sem sombras.
Com o nome a ser utilizado fora dos círculos, passam a existir duas versões do logótipo, mutáveis e adaptáveis a todos os dispositivos – uma necessidade crescente e, cada vez mais, uma tendência.
Os dois círculos transformam-se num símbolo e passam a ser usados de forma independente, como identificação da marca e dos vários produtos e serviços.
Um bom exemplo de uma marca com uma história e presença de mercado que permite este tipo de redução à sua forma mais simples, mantendo o reconhecimento imediato.
#2 AEG: CONSTRUIR UM CONTEXTO
A AEG é uma das mais antigas marcas do mundo e a anterior versão do logo era utilizada, com pequenas variações, desde 1912 (!). Mas mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudaram-se as gamas de produtos e, finalmente,… mudou-se o logótipo, assinado pela Prophet.
Foi-se o charme vintage, ficaram os traços distintivos e a modernidade, ajudados pela aplicação do logo vermelho em fundos antracite.
As cores, o packaging, a fotografia, no fundo toda a composição visual da marca reforça a ideia de inovação e de tecnologia de ponta que a marca quer reforçar junto do mercado e lembra-nos que um logótipo, como um guarda-redes, não consegue fazer tudo sozinho.
#3 KODAK: RECONHECER A HERANÇA
A KODAK é o exemplo de que não há vergonha nenhuma em voltar atrás quando se errou. Depois de uma mudança radical de logótipo em 2006, foram necessários 10 anos para voltar a recuperar aquilo que, no fundo, nunca deixou o coração dos fãs: a representação gráfica do obturador em forma de K.
Assinado pelo estúdio Work Order, de Nova Iorque, o novo logo retomou a forma original, deu-lhe um “twist” de modernidade, uma tipografia forte e distinta e voilá – amor e consenso.
A KODAK mostra neste caso que, por vezes, olhar para trás é a melhor forma de seguir em frente.
#4 TRUMP PENCE: PEDIR FEEDBACK
Um dos casos favoritos da comunidade internauta de 2016.
Após Donald Trump, agora quase presidente dos Estados Unidos da América, anunciar o seu Vice Presidente Mike Pence, foi revelado o logótipo oficial da campanha. E provavelmente porque a atenção ao erro já estava mais do que desperta, principalmente no que tocava ao lado republicano da corrida à presidência, as reações não se fizeram esperar…
Depois de uma série de memes e tweets que apelidavam o logo de “sugestivo” (sintam-se à vontade para tirar as vossas próprias conclusões!), a campanha optou por uma versão simplificada cerca de 24horas depois.
A lição a tirar é que feedback é uma palavra chave!
Por vezes a equipa já está tão embrenhada no projeto que pode faltar uma visão externa (o logótipo tem boa leitura? A mensagem é perceptível? Pode ser feita alguma interpretação que não se pretenda?) e é sempre boa ideia mostrar a outras pessoas. Principalmente àquele amigo que vê sempre maldade em tudo…