Se estás à espera de uma grande “revelação” para 2018, lamento desiludir-te, mas não há grandes novidades em relação às “previsões para 2017”. Certo é que, num mundo global (e digital), há tendências em ascensão… e outras que têm os dias contados.
2017 foi um bom ano para as (micro, médias e grandes) empresas que souberam tirar partido do digital, aliando-o às restantes ferramentas e canais de comunicação, numa estratégia integrada. Passo a enumerar as tendências que, e fazendo a analogia ao iceberg, vão garantir o seu lugar na “ponta” e outras que vão continuar a estar lá – até porque não significa que não são importantes – mas vão manter-se abaixo da linha da água.
1) O conteúdo vai (continuar a) ser Rei
No meu post “O conteúdo é rei! Viva o conteúdo!” encontrarás algumas informações, exemplos e curiosidades sobre a importância do conteúdo, do “storytelling” e do “transmedia storytelling”.
E não podemos falar em conteúdo sem falar em contexto e em relevância. O contexto é o futuro do marketing, é o que “está na cabeça” do consumidor. Não é por acaso que os algoritmos do Facebook mostram apenas os posts que nos são contextuais no momento. E está a revelar-se uma forma muito mais eficaz de direcionar as ações dos consumidores comparativamente com a publicidade tradicional. A relevância é aquilo que desperta a atenção do consumidor para determinado conteúdo – seja ele um post nas redes sociais, um vídeo ou uma imagem. Mais do que o formato, o mais importante é inspirar, envolver e, idealmente, emocionar. E, para isso, as marcas estão cada vez mais a adotar a abordagem do “branded entertainment”, recorrendo ao vídeo e ao entretenimento como forma de comunicar produtos e serviços. Se o vídeo tiver menos de 6 segundos, a probabilidade de sucesso é ainda maior, sobretudo quando falamos em Youtube.
2) O mobile é o futuro (hoje)
Se conheces alguém cujo telemóvel não é uma extensão do próprio braço, há uma grande probabilidade de essa pessoa ter mais de 75 anos. A verdade é que, hoje, ninguém passa sem o seu smartphone e, sobretudo, sem internet, seja para trabalhar, pesquisar, aceder às redes sociais ou para mero entretenimento. Mais do que ter um site responsivo, com um design bem concebido, as empresas devem ter uma comunicação alinhada para facilitar a navegação e apostar no conteúdo, com especial atenção para a sua relevância para os motores de busca, de forma a atrair mais visitantes de modo orgânico. Para isso, é importante aplicar algumas técnicas de SEO, como tags, link building e a geração de leads, por exemplo com as redes sociais e os blogs, importantes ferramentas de geração de tráfego para o site.
A tecnologia vai ser ainda mais uma aliada dos marketeers em 2018. Com a “democratização” dos chatbots e a evolução do marketing, de um sistema baseado em algoritmos para outro baseado em inteligência artificial, surgem novos desafios e novas oportunidades. Os dispositivos inteligentes impulsionados pela voz serão também uma realidade em 2018.
3) O marketing é por uma (boa) Causa
São cada vez mais os gestores de marketing que estão a definir as suas estratégias, numa abordagem integrada, com base no “marketing orientado a causas”. E porquê? Porque os consumidores querem! De acordo com a revista “The Economist”, 79% dos consumidores dão preferência a produtos de uma empresa com propósitos sociais.
4) E-books têm os dias contados
Em 2018, os e-books não vão desaparecer, mas deverão tornar-se cada vez mais curtos e rápidos. Se há uns anos um e-book significava geração de leads para uma empresa, a verdade é que, hoje, tudo acontece tão rápido e “instantaneamente” nas redes sociais que as marcas têm de se adaptar a toda uma nova realidade de consumo de conteúdos.
5) Alcance orgânico chegou ao fim
Em 2018, publicar conteúdos no facebook sem investimento e conseguir resultados vai ser quase tão impossível como fazer a “dieta do chocolate” e emagrecer 20 kg. Os níveis de alcance orgânico de 5 a 10% que as marcas estão habituadas a conseguir, vão certamente ficar comprometidos em 2018 se não apostarem em posts patrocinados/anúncios pagos. O mesmo se aplica ao Google. É por isso que pensar em SEO é, mais do que pensar em otimização de texto, é pensar em conteúdos de vídeo, áudio e imagem.
6) Marketing Automation é coisa do passado
Os consumidores procuram experiências autênticas com as marcas, valorizam a customização, são cada vez mais seletivos e não perdoam quando uma marca falha com eles. Em 2018 é preciso ter alguma moderação na automatização de marketing para que não se transmita a ideia de que a marca é fria e desumana. Se conseguir manter o “toque humano” – em campanhas de e-mail marketing (que é tão difícil, como sabemos) ou mesmo em anúncios – a par com a evolução tecnológica, a marca conseguirá, certamente, diferenciar-se e fidelizar.
Bom ano e bons negócios!